Entulho vira peça para construção, reduz descarte de resíduos e economiza 60% em compras na MRV Engenharia

26 fevereiro 2014

Fabricação de chapéus de muro e pingadeiras é realizada no próprio canteiro por meio da moagem dos resíduos da obra



Nas obras da MRV Engenharia, em Uberlândia, resíduos chamados “Classe A”, como restos de bloco, sobras de cerâmica, argamassa e corpos de prova de concreto estrutural rompidos ganham nova vida por meio da reciclagem. Moídos e aglutinados em um agregado reciclado, são transformados em peças e passam a compor a estrutura dos muros dos residenciais nos chamados chapéus de muro e pingadeiras.


O processo contribui significativamente para a redução de resíduos produzidos no canteiro e descartados no meio ambiente, também significa a redução de custos para a construção, já que a empresa não compra mais as peças para concluir os muros dos empreendimentos. “O processo se dá a partir da moagem dos resíduos. Assim, é desenvolvido o traço para o concreto e unta-se a forma com desmoldante a base de água. Após isso, preenche-se as formas que são desenformadas no dia seguinte para a aplicação das peças nos muros. Produzindo a peça no próprio canteiro, a construtora economiza e ainda abre mais postos de trabalho na obra”, explica Rafael Rodrigues de Oliveira, engenheiro ambiental da MRV Engenharia.



Segundo Oliveira, a ideia surgiu dentro do Programa de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil (PRGRCC), que prevê diversas ações para reaproveitar os resíduos gerados no processo construtivo dos empreendimentos, evitando o descarte em caçambas de entulho. O processo deu tão certo que já gera economia de 60% na compra de peças pré-fabricadas e ainda possibilita a confecção de peças com mais qualidade. “Além disso, ganhamos com a redução de viagens de caçambas, com a organização e limpeza nos canteiros de obra e geramos resultados positivos para o programa (PGRCC)”, completou. De acordo com ele, nas obras da Regional Triângulo Mineiro, a MRV já registra 14.257,17 m³ de entulho que deixaram de ser descartados na natureza e uma economia de R$ 288 mil, apenas com a redução das caçambas.


A estreia das pingadeiras e chapéus de muro fabricados a partir de material reutilizado foi no residencial United Kingdom, em Uberlândia. A ideia é que o agregado reciclado possibilite a produção de outras peças como caixas de passagem, calçadas, chapéus da calçada no perímetro do bloco, tampas de caixas e outras peças sem função estrutural. A MRV planeja utilizar o processo em todos os seus canteiros daqui pra frente.

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