MRV vai à Caixa para detalhar seus projetos

02 abril 2009

Empresa mineira quer sair na frente no pacote habitacional

A construtora mineira MRV já deu o primeiro passo para abocanhar sua fatia no pacote habitacional do governo. Na última segunda-feira, dia 30, dois dias úteis após o anúncio das medidas a companhia apresentou à Caixa Econômica Federal (CEF) uma planilha detalhada com todos os projetos já aprovados em processo final de aprovação — prontos ou em vias de serem lançados — num total de 90 mil unidades.

Trata-se de um volume bastante alto considerando-se que no ano passado a companhia lançou 14 mil unidades que corresponderam a R$ 2,5 bilhões. "É pouco provável conseguir lançar tudo este ano, mas é uma indicação do que temos" afirma Leonardo Correa, diretor de relações com investidores da MRV.

Nesse material entregue à Caixa, a mineira MRV detalhou cada um dos projetos que pretende executar como o valor potencial de vendas números de unidades e prédios dos empreendimentos, localização e custo da unidade. "Como a Caixa Econômica atua de forma descentralizada queremos mostrar a eles onde terão mais ou menos trabalho." Uma das preocupações do setor imobiliário é o gargalo que possa haver na Caixa Econômica Federal para atender a demanda adicional por conta do subsídio anunciados.

Desde o segundo semestre do ano passado quando o governo deus os primeiros sinais de que faria um pacote de estímulo ao setor a empresa —que já atua na baixa renda e opera com a Caixa Econômica Federal — a companhia tratou de acelerar o desenvolvimento dos projetos e a aprovação junto às prefeituras.
O presidente da MRV Rubens Menin pretende atender o público de até três salários mínimos —que terão subsídio integral do governo e isenção do seguro — e que não entrava no portfólio da companhia. Menin selecionou cinco profissionais que coordenam um time de cerca de 20 profissionais que trabalham para "agilizar a participação da empresa no pacote". O governo prometeu para 13 de abril o início da vigência das medidas.
Apesar da agressividade, para sair na frente e aproveitar a demanda adicional, a MRV está em desvantagem em relação às concorrentes em termos de custo de captação de recursos via debêntures. A MRV emitiu R$ 100 milhões em debêntures com prazo de 24 meses a CDI mais 3,7% ao ano. Já a Tenda pretende captar RS 600 milhões por meio de emissão de debêntures com a Caixa Econômica Federal e a companhia planeja vender papéis com vencimento em 1° de abril de 2014 com rendimento de Taxa Referencial (IR) mais 8% ao ano — mas o dinheiro entra no caixa à medida que as obras forem sendo feitas. O BNDES deve participar com até RS 155 milhões na emissão de RS 276 milhões em debêntures conversíveis em ações da PDG Realty — com prazo de 42 meses a um nisto de CDI mais 2% ao ano — para custear aquisições no setor. Segundo Correa a MRV está pleiteando vários tipos de financiamentos.
 
Fonte: Valor Econômico, 02/04/2009  , por Daniela D'Ambrosio

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