MRV vai à China e traz inovações para reduzir ciclo

13 outubro 2011

A MRV Engenharia foi à China aprender sobre os processos construtivos utilizados no país e trouxe, na bagagem, a intenção de aumentar a industrialização de seus canteiros de obra, para reduzir seu ciclo produtivo. Os empreendimentos da MRV têm ciclo produtivo médio de 14 meses, prazo que a companhia pretende reduzir para 12 meses, até 2015. A redução do ciclo contribui para antecipar o retorno dos investimentos.


As construtoras chinesas utilizam parcela maior de equipamento que as brasileiras, segundo o presidente da MRV, Rubens Menin. Após a visita a oito empreendimentos na China, em setembro, a MRV, que já tinha seus canteiros de obra industrializados, decidiu ampliar ainda mais o uso de maquinário. A intenção é comprar mais equipamentos tanto no mercado interno quanto de importadores.


"A China tem feito obras muito mais mecanizadas que o Brasil, apesar de a mão de obra lá ser mais barata. Os equipamentos chineses são melhores e mais diversificados", compara Menin.


A MRV vai adotar também, em seus canteiros, técnicas construtivas utilizadas, na China, para acelerar a velocidade das obras. "Já estamos implementando mudanças para melhorar o ciclo. Quando encurtamos o ciclo, o retorno é mais rápido e a queima de caixa, menor", afirma o executivo. A MRV pretende vender 45 mil unidades em 2011 e construir 38 mil unidades. Até 2015, a empresa quer vender e construir 70 mil unidades por ano.


Se a industrialização das obras é maior na China, a qualidade do acabamento dos empreendimentos para baixa renda é superior no Brasil, de acordo com Menin. Tubulações à mostra nos imóveis da China são um exemplo da diferença de padrão de acabamento. "Nossos clientes têm 1,2 vaga de garagem por unidade, enquanto os das empresas chinesas possuem 0,2 vaga por unidade", acrescenta o executivo.


Já a classe média chinesa tem comprado apartamentos melhores que a brasileira, conforme o presidente da MRV. O preço dos imóveis, na China, é quase metade do praticado no Brasil, em função dos custos menores com insumos, principalmente aço e cimento, e mão de obra. "Enquanto a classe média emergente chinesa compra, em média, unidade de 85 metros quadrados, no Brasil, adquire imóvel de 50 metros quadrados", informa Menin.


Na outra ponta, os chineses demonstraram interesse pelo processo de vendas de imóveis pela internet, segundo o diretor-executivo de finanças da MRV, Leonardo Corrêa. Antes de retornar ao Brasil, os executivos da MRV que foram à China passaram pela Tailândia, para conhecer construtora popular de Bangkok, que possui fábrica de pré-moldados. A avaliação da MRV foi que o uso da tecnologia não seria adequado ao Brasil, devido às distâncias para o transporte dos pré-moldados e à tributação. (CQ)


Fonte: Valor Econômico

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